terça-feira, 16 de setembro de 2008

Teoria do Dinheiro

Há quem diga que não, mas contra fatos, não há argumentos. É o que nos move e fim.

E como, claro, não poderia deixar de ser, eu sou só mais uma peça da máquina. E quem diz que não é, usa calça da Coca-cola e camisa da Disritmia. O all star, que não deixa nunca de ser capitalista, é uma exceção que confirma a regra. Pode olhar.

O que me move são os R$3,50 dos dois jogos semanais que eu faço na mega-sena, os R$10,00 da meia-entrada que eu pago pra ver os jogos do Ipatinga e o dinheiro que eu gasto no Bar do Cebolinha.

Na mega-sena, cada R$1,75, gastos estrategica-esperançosamente toda segunda e quinta, fazem-me sonhar com muito mais dinheiro até toda quarta e sábado. Eu faço planos milhonários de segunda a quarta e de quinta a sábado. Escolho minha concessionária, penso na casa que darei à minha mãe, vejo-me com meus amigos de férias pro resto da vida, mandando pro inferno 75% dos exercícios de Cálculo II e comprando respeito, dignidade, moral, ética e o que mais todas as pessoas acham que adquiriram dos supostos bons apresentadores da televisão. Usarei short de dormir pro resto da vida e camisas lisas baratas.

Nos jogos, a energia me faz esquecer que eu gastei R$10,00 da mamãe. O calor dali, a moçada gritando junto, pulando no mesmo ritmo, acendendo sinalizadores e subindo o bandeirão é coisa digna de sair do estádio após as derrotas chingando todo o time e prometendo - da boca pra fora - não voltar mais ali enquanto a situação não melhorar.

No Cebola talvez esteja o maior dinamismo da vida que vivo. A relutância em ir lá já dura cerca de 4 fins de semana e tudo o que consegui até hoje foi , num domingo, ir lá apenas pra ver um jogo, tomar guaraná e comer uma porção de fritas. No resto dos dias eu bebi e deixei lá parte do meu dinheiro, daquilo que me move. Mas compensa, porque ali, com toda aquela bebida, é o momento em que, entre um tombos e ligações, eu penso em esquecer do dinheiro e fico rico ao mesmo tempo. Eu penso em suicídio e em viver pro resto da história. Eu filosofo, não faço planos, conto as garrafas de cervejas jogadas no gramado todos os dias da mesma maneira. Ali eu sinto a sensação, a cada copo, de ter tomado antidepressivo contra o que me obriga a acordar cedo, pentear o cabelo conforme os chefes gostam, vestir o uniforme que eles criaram e buscar um emprego ou ir trabalhar.

PS: nas vezes em que não procuro uma maneira de ganhar dinheiro, sento num parque ou no centro da cidade com um amigo e rimos muito vendo todas aquelas pessoas caminhando com pressa de um lado pro outro procurando atrás de dinheiro, ou quem sabe, um bilhete premiado.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Paradoxo da juventude

É cada vez mais frequente o número de vezes que nós, jovens, trocamos de namoradas e namorados. Com a chegada do orkut, isso ficou bem claro pra quem olha esse tipo de coisa.

Acontece que semanal ou mensalmente, você entra no perfil de uma pessoa que, há um mês ou uma semana, estava namorando e hoje não está mais. E, se ainda está - surpresa - é porque está com outra pessoa.

É aí que entra a grande incoerência disso tudo. Namora-se o próximo pra esquecer o antigo, namora-se o antigo pra esquecer o que já virou museu. Entramos num paradoxo e acreditamos, de forma veemente, que estamos vivendo a vida a mil, que estamos sendo diferente e que nós mesmos é que damos rumos às nossas vidas. No que nos enganamos. O próximo só está ali e só te encontrou porque procura pela mesma coisa que você: quer esquecer da, ou do, que veio antes de você. Só estamos sendo vítimas de algo que nós mesmos criamos. Não se vive, apenas se é vivo. Aliás, essa história de ser vivo ainda dará muito pano prá manga por aqui.

PS: eu procurando uma namorada.
PS1: mentira.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Teoria recordiana tendente à zero

Partindo do princípio¹ que não somos máquinas, não há super-homens, super-heróis ou coisa que o valha, eu às vezes pego-me indagando sobre a evolução dos recordes. A cada maluco desses que eu vejo correndo 100 metros rasos , partindo do repouso, abaixo dos 9,8 segundos ou nadando 50 abaixo dos 22, eu logo pergunto: "Será que num futuro um cara desses vai chegar do outro lado com menos de 1 segundo?".

Nossa consciência logo responde que não, mas um dia ela já respondeu não para o cara que tentou baixar o recorde, no caso do atletismo, de 10 segundos.

Novamente pendurado no princípio, leva-se em consideração a vida que os recordistas dão ao esporte, que é uma só, e igual - ou muito próximo disso - para todos. Faz-se os treinamentos de forma parecida, entram num processo de hipertrofia e o escambau. Todos eles. E os recordes vão baixando. Até quando?


¹: meu professor adora falar isso, aí copiei. Não vou me alongar demais nisso porque voltarei a atacar as universidades particulares de novo, coisa que não quero fazer muito mais.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Teoria da incompatibilidade mental-real

Tratemos, pois, da incompatibilidade que às vezes somos obrigado a enfrentar quando pensamos alto demais.

Acontece que, quando se pensa assim, é óbvio que as coisas nem sempre - ou muitas vezes - acontecerão de forma que atenda às necessidades da nossa consciência. Um fato que explica isso de forma que nenhum outro conseguiria de maneira melhor é a maldição de estudar em universidade particular. Só o nome me causa um alvoroço interno.

O que ocorre é que você acaba digerido por um sistema e sendo integrado a pessoas que têm mentalidade diferente da sua. Que, ao contrário de você, estão satisfeitos de estarem ali. E isso acaba te proporcionando uma diversidade de coisas que acabam sendo engraçadas, mas só se você resolver vê-las com olhos de quem não tá nem aí. A última a qual me deparei foi um ser humano que copiou quase uma página inteira, de um programa para o Word, no famigerado método CTRL-C + CTRL-V e estava lá, verificando se o computador tinha feito o trabalho com exatidão.

Há também um ponto engraçado nisso tudo. Você estuda com pessoas que, sabe-se lá por qual motivo, não deveriam, mas estão ali com você. Digo isso porque há sim ali algumas almas que salvam. Não sei se estão porque pensam baixo e não deveriam ou se outro motivo qualquer, mas o que ocorreu é que eu havia acabado o exercício e estava saindo da sala. Já tinha aberto a porta e tudo, quando um me pergunta: "- Gabriel, cê tá indo lá fora?". Eu, já prevendo um favor que seria pedido, respondi educadamente que sim. E ele retruca: "- Beleza, pode ir.". Nossa, eu quase me rasguei de rir saindo da sala. Só que até pra isso é complicado, que as pessoas que estavam lá não faziam a mínima idéia do que estava acontecendo, e eu acabei me explodindo de rir só por dentro mesmo. Aliás, isso é algo em que estou me especializando.

Porque, se num lugar desses te pegam rindo sozinho, você é que é o doido da história.

Nota: não reli o post, logo presumo que há alguns erros de digitação. Desconsiderem-os, por favor.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Teoria (feminina) da previsibilidade

Como já imaginava. Tudo como previsto. Criaria um blog, mergulhado em incontáveis idéias. Eu entraria em um site de um blog e clicaria em criar. Escolheria o nome, que eu já havia pensando há muito, muito tempo. E aí que entra a única parte que me supreendeu: já havia um maldito filho da puta que pensou em 'grandemerda.servidor' antes de mim. Deus, quem mais? Quem mais? Enfim, logo pensei em outra coisa que eu levarei pra vida do livro "O Apanhador no Campo de Centeio". E foi de todo mal. De todo mal, aliás, é uma expressão que gosto muito. Voltemos ao assunto principal: esqueci. Ah, sim. Clicaria em criar um blog e pararia exatamente aqui, nessa maldita caixa de texto. Todas aquelas idéias incontáveis agora continuam incontáveis, mas pelo único real motivo que explica essa verdade: zero não se conta.

Ainda bem que já havia junto dessas idéias uma idéia central para isto. Criar teorias que ninguém percebe ou simplesmente não tem tempo para pensar. O objetivo é achar algo que concorde. Achar alguém que pensa de maneira igual seria um sonho.

Enfim, acabo de chegar de uma reunião de amigos e bebi umas duas ou três latas. Sem elas, não que o blog nunca seria criado, mas demoraria um pouco mais do que vem demorando.



Nota: o título é uma crítica à própria previsibilidade feminina. Talvez os homens também a tenham, o que nunca reparei. Mas isso é assunto prum próximo post.